Saúde mental e bucal andam juntas: saiba como transtornos mentais podem afetar a sua boca

Depressão, ansiedade, estresse e transtornos alimentares podem ter impacto direto na saúde bucal. Entenda a relação entre saúde mental e bucal.

Alguns poucos minutos são suficientes para realizar o ritual de higiene bucal. Mas, para quem está passando por uma crise de saúde mental, o simples ato de escovar os dentes pode demandar muita energia, o que faz com que o autocuidado fique de lado. Não à toa, a incidência de problemas bucais é maior entre os pacientes com transtornos mentais.

Depressão, ansiedade, transtornos alimentares e estresse são alguns dos quadros psicológicos mais ligados ao desenvolvimento de problemas dentários. O dr. Fábio Bezerra, Ph.D. em biotecnologia, mestre em periodontia e diretor global de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da S.I.N. Implant System, nos ajuda a entender a relação de cada um deles com as doenças bucais.

Depressão 

Os episódios depressivos de maior intensidade têm como característica o abandono do autocuidado. Tomar banho, pentear o cabelo e escovar os dentes são tarefas que costumam ser deixadas de lado. Por isso, é comum pacientes depressivos desenvolverem cáries e outras complicações. O dr. Fábio comenta:

“Por exemplo, um paciente jovem com episódios depressivos severos apresenta tendência de desenvolvimento de cáries agudas, enquanto pacientes adultos apresentam maior tendência para desenvolvimento de doenças da gengiva ou ósseas”.

Nesse caso, o ideal é incentivar a pessoa a ir ao consultório dentista para passar por uma avaliação. O dr. Fábio continua: “O primeiro passo é fazer uma avaliação clínica detalhada do quadro bucal e emocional do paciente para diagnosticar possíveis alterações como cáries, doenças gengivais e alterações de mucosa. Caso seja identificado algum problema, trabalhamos com o conceito de terapia individual progressiva de suporte bucal (TIPSB), que consiste em diagnosticar o nível de higiene oral de cada paciente e associá-lo ao nível de cooperação do paciente, sendo muitas vezes necessário associar à escovação e uso de fio dental enxaguatórios bucais com alto poder antisséptico, regeneradores de mucosa oral, maior número de consultas odontológicas para limpezas preventivas e, eventualmente, uso de medicações sistêmicas para controle da doença”. 

Para o tratamento funcionar, é fundamental que o paciente colabore, pois boa parte do trabalho depende da cooperação do paciente e da mudança de hábitos. 

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