Bruxismo é recorrente em pessoas com estresse pós-traumático

Estudo publicado na revista Clinical Oral Investigations trouxe à tona uma descoberta intrigante: pessoas que sofrem de Transtorno de Estresse Pós-Traumático.

Um estudo recente publicado na renomada revista Clinical Oral Investigations trouxe à tona uma descoberta intrigante: pessoas que sofrem de Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) frequentemente relatam um hábito peculiar durante o dia – o apertar ou ranger dos dentes, conhecido como bruxismo de vigília. Este trabalho, fruto da análise clínica de cerca de 80 pacientes, entre casos e controles, ressalta a importância da colaboração entre dentistas e psiquiatras para um diagnóstico mais abrangente desses problemas de saúde. A informação é do Jornal da USP.

Os sintomas associados ao TEPT incluem lembranças angustiantes e recorrentes do evento traumático, alterações de humor, comportamento autodestrutivo e distúrbios do sono, entre outros. No entanto, poucos estudos investigaram a conexão entre o estresse pós-traumático e problemas orofaciais, como a dor e o bruxismo, este último definido como a atividade repetitiva dos músculos da mastigação, afetando entre 8% e 30% da população geral.

Neste estudo, apoiado pela Fapesp, pacientes diagnosticados com TEPT no Ambulatório de Trauma do Instituto de Psiquiatria da FMUSP foram submetidos a exames clínicos para avaliar sua saúde oral. Segundo os pesquisadores, além de relatarem bruxismo, os pacientes também demonstraram ter um limiar de dor reduzido durante os exames clínicos.

Não é sintoma isolado
Para os pesquisadores, o bruxismo não deve ser mais considerado um sintoma isolado, mas sim um indicativo de um problema mais amplo. “Nosso estudo sugere que pode haver manifestações do transtorno de estresse pós-traumático na cavidade oral, evidenciadas pelo bruxismo e pela maior sensibilidade à dor durante exames odontológicos. Isso destaca a importância da colaboração entre psiquiatras, psicólogos e dentistas para o rastreamento e tratamento dessas condições de saúde”, afirma Solis.

Diante disso, os pesquisadores recomendam que os dentistas estejam atentos aos relatos de dor por parte dos pacientes durante os exames clínicos, considerando a possibilidade de estarem lidando com problemas psiquiátricos não diagnosticados.

Fonte: revista dental press

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